Uma dieta vegetariana minimizaria os danos ao meio ambiente e à saúde

A saúde individual e a do planeta são um todo inseparável. O que prejudica o meio ambiente, a curto ou longo prazo, sempre acaba prejudicando as pessoas. Uma equipe de pesquisadores espanhóis tem pela primeira vez os danos causados à nossa saúde como resultado das agressões e alterações que causamos na natureza por nossa maneira de alimentar. Sua conclusão é que o impacto na natureza de nossa maneira de comer é muito alto, o mesmo que o dano que nos volta na forma de doenças e que a única maneira de minimizar os dois problemas é apostar decididamente por uma dieta vegetariana.
Os pesquisadores do Instituto Global de Saúde de Barcelona (Isglobal), um centro promovido pela Fundação La Caixa, calcularam primeiro o impacto que a demanda por alimentos dos espanhóis causa ao meio ambiente dentro de um ano. Mais de três trimestres desse dano, 77%do impacto total, foi sua contribuição para a aceleração das mudanças climáticas, seguida pelo agravamento da poluição, com o aumento de partículas suspensas na atmosfera (16%) e a elevação da toxicidade (7%). 95% do abuso da natureza é derivado do nosso consumo de alimentos e dos 5% restantes dos resíduos que realizamos.
A próxima coisa que os cientistas fizeram foi traduzir os impactos ambientais de nossos alimentos em danos específicos à nossa saúde, especialmente ligados a aumentos em doenças cardiovasculares, respiratórias, cânceres, desnutrição e diarréia. Sua conclusão, com figuras de 2022, é que o dano que a natureza nos retorna pela agressão de nossa maneira de comer é igual à perda em um único exercício de 447.152 anos de vida saudável, que somam mortes prematuras e os anos que são vividos com doenças ou deficiências.
A agressão alimentar ao ambiente natural custa a cada exercício para espanhóis a perda de quase meio milhão de anos de vida saudável
O terceiro passo foi o responsável pelo responsável, pelo qual eles analisaram os efeitos e danos de 16 grupos de alimentos. A conclusão também foi clara. Nosso consumo excessivo de carnes, peixes e frutos do mar e laticínios é diretamente responsável pelo impacto ambiental que reverte 55% dos danos à nossa saúde (sem levar em consideração as lesões diretas de tal alimento).
Em vista dessas conclusões, eles se perguntaram o que isso pode ser feito para impedir esse círculo vicioso de dano ao planeta e ao ser humano. A primeira hipótese, a substituição de carne vermelha e processada – com produção especialmente agressiva ao meio ambiente – com carne branca (frango, peru, coelho) apenas forneceu pequenas melhorias. O maior benefício, sem discussão, foi observado quando toda a dieta de carnes e produtos lácteos foi substituída. A dieta quase não reduzida reduziu em 30% os danos à saúde humana derivados das alterações ambientais causadas por nosso consumo de alimentos. Se a eliminação do desperdício de alimentos foi adicionada, a redução de doenças para espanhóis foi de 35%.
A equipe de pesquisa deu um último passo e avaliou as implicações nutricionais para os espanhóis teriam a mudança na dieta vegetariana. O resultado foi um perfil nutricional mais alinhado com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). A ingestão de proteína, cálcio e vitamina B12 diminuiria, mas os níveis permaneceriam dentro dos intervalos recomendados por quem. Por outro lado, a ingestão de fibras e ferro aumentaria significativamente, um fato especialmente relevante, dado o déficit atual desses nutrientes na dieta espanhola.
Duas contribuições sociais
A equipe isglobal destaca duas contribuições sociais de seu trabalho. O primeiro, que abre novas oportunidades para melhorar a saúde pública por meio de uma dieta mais sustentável e responsável. “As mudanças propostas não apenas reduziriam o impacto ambiental, mas também traria a dieta média na Espanha às recomendações nutricionais da OMS, avançando em direção a uma dieta mais saudável em um sentido integral”, diz Ujué Fresán, o primeiro autor do estudo.
Eles também acreditam que a pesquisa fornece uma base científica sólida para orientar o desenvolvimento de futuras políticas alimentares. “Nossas descobertas podem servir como ponto de partida para projetar e implementar políticas que promovam a transição para hábitos alimentares mais saudáveis na Espanha, considerando os benefícios diretos e indiretos para a saúde humana”, completou Fresán.