Eles fecham um grupo do Facebook na Itália, onde 32.000 homens compartilharam fotos íntimas de seus parceiros

‘Mia Moglie’ (minha esposa) era o nome do grupo do Facebook em que mais de 32.000 pessoas que se registraram … Eles compartilharam fotos de suas esposas, noivas, amantes, irmãs ou amigos. As imagens, muitas delas com conteúdo íntimo ou sexual, foram publicadas sem o consentimento das mulheres e incentivando os usuários a fazer comentários obscenos. Após meses de reclamações, não foi até que a mídia ecoou a existência desse grupo quando o Facebook finalmente decidiu fechar o grupo nesta quarta -feira.
Simultaneamente, a Polícia Postal italiana e o escritório do promotor de Roma abriram uma investigação por violação da privacidade, difamação e disseminação ilícita de imagens sexuais explícitas, crime o último punido com as penalidades de até seis anos de prisão, uma condenação que pode aumentar, caso a que seja a vítima que a vítima ou a videoclipe mantém ou mantenha uma prisão. Já existem mais de 1.000 mulheres que entraram em contato com a polícia postal para denunciar que sua privacidade foi violada com a publicação dessas imagens em um caso que lembra a Gisèle Pelicot na França.
Um porta -voz do Facebook explicou que o grupo havia sido fechado porque “viola nossa política contra a exploração sexual” e disse que nessa plataforma “o conteúdo não tem consentimento que ameaça ou promova violência sexual, abuso sexual ou exploração sexual”. Quando há conhecimento da existência de grupos desse tipo, eles prosseguem para “desativá -los”, como é feito com as contas que “publicam ou compartilham” esse tipo de conteúdo. Apesar dessa afirmação, a verdade é que os meses se passaram até que o Facebook responda às críticas dos usuários pela existência de ‘Mia Moglie’, aberta há seis anos. Seus sistemas de auto -controle, que funcionam com inteligência artificial, não foram capazes de evitar a disseminação de imagens de conteúdo sexual. Também não é a primeira vez que grupos desse estilo surgem nesta plataforma, tanto na Itália quanto em outros países europeus.
De acordo com a mídia que ecoou o conteúdo de ‘Mia Moglie’ antes de seu fechamento, entre as imagens publicadas, havia fotos de mulheres semestradas que dormiram ou foram jogadas em uma rede na praia. Havia também detalhes de seios ou lingerie ou mesmo o momento em manter o sexo. Aqueles que compartilharam esse conteúdo geralmente incentivaram outros usuários a fazer comentários obscenos para dar origem a conversas digitais desse tipo. Em alguns casos, os rostos das mulheres ficaram embaçados para que não pudessem ser reconhecidos, mas em outras ocasiões as imagens foram publicadas sem nenhum filtro. Depois de descobrir a existência do grupo, alguns usuários chamaram “feminazis” para aqueles que ficaram ofendidos com as notícias e incentivaram a se mudar para um canal privado do Telegram, outra rede social, para continuar compartilhando esse tipo de imagens e vídeos.
Nicole Monte, advogada e vice -presidente da Perasso Negato, uma associação que luta contra a disseminação de material íntimo sem consentimento, lembrou que as vítimas podem denunciar o autor da foto ou do vídeo e quem a compartilha. Ele também alertou que ‘Mia Moglie’ não é um caso isolado, uma vez que “grupos semelhantes nascem e crescem rapidamente”, o que significa “um sinal de que existe um profundo problema cultural: o corpo feminino ainda é tratado como algo que pertence a todos a serem exibidos, comentados e consumidos”.