Oficiais da Nicarágua cometeram ‘repressão sistemática’, diz a ONU

Na quinta -feira, as Nações Unidas nomearam 54 funcionários do governo do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, que, segundo ele, são responsáveis por sérias violações e crimes dos direitos humanos, no que foi descrito como um “sistema de repressão bem coordenado”.
Os funcionários citados incluem oficiais militares e membros do partido no poder.
Em um Relatório de 234 páginas, O grupo da ONU de especialistas em direitos humanos na Nicarágua revelou estruturas de repressão sistemática que abalou protestos antigovernamentais que explodiram em 2018 e deixaram pelo menos 350 mortos e centenas detidos.
Os funcionários nomeados “desempenharam papéis -chave em detenções arbitrárias, tortura, execuções extrajudiciais, perseguição à sociedade civil e da mídia, campanhas de desnacionalização e confisco de propriedade privada”, afirmou um comunicado que acompanha o relatório.
Os especialistas da ONU também destacaram como Ortega e sua esposa, Rosario Murillo, que serve como co-presidente da Nicarágua após um recente reforma constitucionalconstruíram um regime centralizado e repressivo que cooptou todos os ramos do governo e obscureceu os limites entre partido e estado.
“O que descobrimos é um sistema de repressão fortemente coordenado, estendendo -se da presidência até as autoridades locais”, disse Ariela Peralta, uma das especialistas, no comunicado.
“Eles não são incidentes aleatórios ou isolados-eles fazem parte de uma política estatal deliberada e bem orquestrada realizada por atores identificáveis por meio de cadeias de comando definidas”.
Entre os mencionados no relatório estão o chefe do Exército, Julio Cesar Aviles; o diretor nacional da polícia, Francisco Diaz; consultor de segurança presidencial, Nestor Moncada; e o procurador -geral, Ana Julia Guido.
Murillo não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters. O Gabinete do Exército e do Procurador -Geral também não respondeu aos pedidos de comentários.