Atelier Lavs: Conheça o designer italiano que vestiu o papa Francisco em todo o seu papado

“Uma sobriedade da linguagem e presença” – é assim que Filippo Sorcinelli descreve Papa Francisa quem ele se vestiu silenciosamente desde os primeiros dias de seu pontificado.
O estilista da região de Marche é o fundador do Atelier lavsUm acrônimo para o laboratório Arte Vesti Sacre, que trabalha há mais de vinte anos no Escritório de Celebrações Litúrgicas do Pontífice Supremo.
Sorcinelli, o homem de 49 anos especializado em roupas litúrgicas, fez algumas das vestes mais significativas do ministério do papa Francisco, incluindo as usadas durante sua histórica massa de inauguração pontificada, transmitida em todo o mundo em 2013.
Mesmo na jornada terrestre final do papa Francisco, a linguagem visual de seu papado permaneceu intacta. A mitra que o adornava foi criada por Atelier Lavs: um cocar de papel alumínio de seda branco aparado em ouro tradicional – um símbolo restrito e radiante de continuidade, pureza e beleza atemporal.
Mas, de acordo com os desejos do pontífice, nada de novo foi criado para a ocasião. O Chasuble veio do guarda -roupa existente da sacristia papal. Até a mitra já estava em uso, enfatizando a humildade sobre o espetáculo.
Inspirado pela arte medieval para refletir a alma do papa
As criações de Sorcinelli para o Papa Francisco sempre respeitaram o desejo do pontífice de simplicidade e eufemismo, apresentando cortes sóbrios e simbolismo sutil e evitando qualquer forma de ostentação.
Ao projetar as vestes para o pontífice, Sorcinelli explicou que considerava as origens do papa Francisco, longe das suntuosas liturgias da Europa Central. Ele procurou uma linguagem visual mais essencial, inspirando -se nos ciclos medievais de afresco de Giotto, particularmente aqueles em Assis, que expressam uma espiritualidade tangível e direta.
“Minha tarefa era contar visualmente um pontificado que sempre procurou construir pontes, não barreiras. Suas vestes tiveram que falar a língua do encontro”, diz Sorcinelli.
Para o Papa Francisco, o manto nunca foi um símbolo de poder, mas um sinal de serviço e humildade. Longe das roupas barrocas de outros papas, ele sempre preferiu linhas simples e materiais naturais.
Nesse sentido, os lançamentos do Atelier capturaram não apenas as demandas cerimoniais do papel papal, mas também o espírito mais profundo de um papa que, através de todos os gestos – e até de suas roupas – procurou trazer o evangelho de volta ao coração da igreja.
Uma história de 20 anos de prestígio
Sorcinelli cresceu em uma família de tecelões e bordadores em Jesi, desenvolvendo uma profunda paixão por fios finos e técnicas de tecelagem antigas desde uma idade muito jovem.
Ele fundou seu atelier em 2002, depois de estudar arte sagrada e tecer histórico no Museo del Tessuto em Prato, com o objetivo de combinar a riqueza da tradição litúrgica italiana com uma língua contemporânea, composta de materiais naturais preciosos e bordados artesanais.
Ao longo dos anos, o workshop tornou -se um ponto de referência para bispos e cardeais das principais dioceses europeias, para ordens religiosas como os beneditinos de Subiaco ou os frades de capuchinhos menores, bem como para os solenes festivais patronos de cidades como Assis, Ravenna e Padan.
Sorcinelli também selecionou vestes personalizadas para delegações diplomáticas do Vaticano que visitam a América Latina e a Ásia.
Seu trabalho não passou despercebido: em 2018, o Museu Diocesano de Milão sediou uma retrospectiva dedicada ao atelier e, em 2021, o Pontifical Liturgical Institute concedeu a Sorcinelli o Prêmio de Arte e Liturgia pela inovação no campo de vestimentações sagradas.