A batalha pelo orçamento de 2 bilhões de euros da UE começa

PorStefan Grobe&Pilar Montero López
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As negociações sobre o orçamento de longo prazo – no jargão de Bruxelas, a estrutura financeira multiannual (MFP) – estão em andamento após a apresentação da proposta inicial pela Comissão Europeia. Isso deu a arma de saída a uma longa negociação que geralmente está entre as mais aquecidas em Bruxelas.
O novo orçamento, que abrange o período de 2028 a 2034, representaria um aumento de 67% em comparação com os anteriores de 2020 para 2027 e atinge um total de 2 bilhões de euros. Isso aumentaria os gastos da UE de 1,13% para 1,26% da renda nacional bruta do bloco.
O presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, declarou que o objetivo é alcançar um orçamento mais fácil e mais eficaz, que melhor se adequa às prioridades européias.
De acordo com o jornalista de ‘Euronews’ Gerardo Fortuna, que relatou sobre o assunto, em seu mandato anterior von der Leyen “enfrentou desafios sem precedentes, como a grande invasão em escala da Ucrânia, a pandemia covid e o aumento dos preços da energia”. Esses desafios mostraram que a UE precisa de mais agilidade, e essa é a principal característica do orçamento proposto: a capacidade de mover fundos de um escopo para outro quando necessário. “E o outro, é claro, é simplificação. Tínhamos mais de 50 fundos antes, há menos”, explicou Fortuna.
Controvérsia em torno da simplificação dos fundos
Para alcançar essa simplificação, a Comissão está reorganizando a estrutura do orçamento em torno de três pilares principais: competitividade, pesquisa e inovação – incluindo infraestrutura de defesa relacionada à guerra; Ação externa, que receberá cerca de 200.000 milhões de euros, incluindo apoio da Ucrânia; e a fusão da agricultura tradicional, pesca, coesão e fundos de política social.
O fato de que a política agrícola e a política agrícola comum – transitória os maiores componentes do orçamento – agora estão agrupados e enfrentam cortes importantes gerou controvérsia entre agricultores e Eurodiputados.
“O Parlamento não apóia essa abordagem ao próximo MFP. Acreditamos que a agricultura e a coesão devem permanecer separadas. Se elas se combinarem no mesmo pacote, elas acabarão competindo entre si por causa do financiamento. E não o vemos como uma boa idéia.
Devido a essa oposição, é muito improvável que a proposta da Comissão seja aprovada em sua forma atual. Alguns dos pesados pesos financeiros da UE – como Alemanha, Holanda e Suécia – já rejeitaram o orçamento para considerá -lo muito caro.
Agora, uma maneira longa e difícil começa a obter a aprovação da proposta. Espera -se que as negociações orçamentárias comecem em dezembro, quando a presidência dinamarquesa do Conselho da UE prepara um documento base para a próxima cúpula. O Parlamento Europeu também participará, mas apenas para dar sua aprovação final assim que o acordo for negociado pelos líderes. Esse processo pode durar até dois anos, o que significa que os cidadãos terão que esperar para saber quais áreas de sua vida serão mais afetadas pelas mudanças no financiamento da UE.
Assista ao vídeo aqui!
Jornalista: Stefan Grobe
Produção de conteúdo: Pilar Montero López
Produção de vídeo: Zacharia Vigneron
Grafismo: Damaso Jaivenois
Coordenação editorial: Ana Lázaro Bosch e Jeremy Fleming-Jones