Como os sobreviventes podem ser reabilitados das prisões? Qual é a responsabilidade da sociedade? | saúde

O episódio (2025/7/9) do programa “Mawazine” lidou com as condições dos prisioneiros que sobreviveram aos detidos, destacando os efeitos da tortura psicológica e física que os acompanham após a libertação e a responsabilidade da sociedade em lidar com esse grupo.
O episódio discutido com seu convidado, Dr. Amer Ghadban, psicólogo que participava do tratamento de sobreviventes de detenção, os caminhos da reabilitação psicológica e social para essas vítimas, os estágios terapêuticos pelos quais estão passando, além dos fatores que contribuem para a complexidade ou redução do sofrimento após a saída.
O episódio começou com uma cena simbólica da prisão de Sednaya no verão de 2014, onde dezenas de detidos foram mortos em poucos minutos em uma cena que era repetida diariamente na memória dos sobreviventes, e tocou que o sofrimento não termina nos portões das células, mas continua na forma de distúrbios e sintomas psicológicos que se acumulam nos anos por anos.
O Dr. Ghadban enfatizou que o lugar na experiência da prisão é um elemento central na formação de trauma, onde o detido é forçado a coexistência forçada com o medo, e a capacidade de interagir com uma interação natural com o tempo e o espaço é forçada, o que produz uma memória espacial que é sobrecarregada com medo e impotência.
Ele explicou que alguns sobreviventes sofrem de fortes reações quando expostos a vozes altas ou cenas familiares, pois as estradas da porta ou os gritos dos vizinhos são suficientes para reviver a experiência de tortura na memória dolorosamente e surpreendentemente.
Ele ressaltou que o prisioneiro oscila entre frustração e desespero, e que sua incapacidade de criar estratégias de adaptação leva a distúrbios mais complicados, e se os anéis de violência continuarem sem parar, a própria adaptação se torna parte da doença, não da recuperação.
Diferenças individuais
Ele indicou que alguns detidos conseguem superar sua provação, aderindo a valores pessoais ou religiosos, e que as diferenças individuais desempenham um papel importante na determinação da capacidade do prisioneiro de resistir ao colapso ou equilíbrio após a libertação.
O episódio abordou a psicologia do carcereiro, onde o hóspede enfatizou que o carrasco não pratica tortura apenas por ordem autoritária, mas ele próprio passa por uma transformação dura que o faz se identificar com a posição de opressão, indicando que alguns dos prisioneiros foram substituídos ou sofreram de distúrbios subsequentes como resultado de seu envolvimento nas execuções e torturas.
Ele explicou que muitos dos carcereiros são escolhidos entre grupos marginalizados ou origens hostis para a sociedade, o que os torna mais aceitáveis à prática da violência sistemática sem a responsabilidade da consciência, mas alguns deles acham a tortura como uma maneira de compensar um sentimento de deficiência ou auto -tatempo.
O Dr. Ghadban também apontou que os métodos de tortura psicológica não são menos severos que a tortura física, mas alguns deles deixam efeitos mais profundos, como o uso da ilusão, privando o prisioneiro de ver luz ou isolá -lo por longos períodos, o que leva a distúrbios difíceis.
Ele ressaltou que mulheres e crianças nos centros de detenção estão entre os mais expostos a danos psicológicos persistentes, pois os regulamentos têm como alvo mulheres com ameaças e estigma, e as crianças saem dos detidos com capacidades cognitivas e comportamentais distorcidas, como resultado de anos de isolamento, medo e perda de segurança.
Ele enfatizou que deixar a prisão representa um choque por si só, pois o sobrevivente colide com um mundo diferente e enfrenta desafios sociais e econômicos complexos. Alguns deles podem se sentir incapazes de lidar com o novo oceano e sentem uma sensação de alienação, culpa ou rejeição.
Criminoso e políticos
Ele acrescentou que a diferença psicológica entre prisioneiros criminosos e prisioneiros de opinião é clara.
Ele enfatizou a necessidade de evitar a pressão sobre o prisioneiro assim que saiu para falar sobre sua experiência, explicando que alguns sobreviventes não têm a capacidade de re -explicar o que aconteceu e que a demanda por isso pode exacerbar os sintomas psicológicos e atrasar a recuperação, especialmente se o ambiente circundante não for entendido.
Ele apontou a importância da ajuda psicológica inicial após a libertação, incluindo avaliação física e psicológica, fornecendo apoio social e familiar e proporcionando um abraço social que dissipa o sentimento de isolamento e contribui para reconstruir a confiança no eu e nos outros.
Ele falou sobre esforços terapêuticos, apontando para o uso de métodos como terapia comportamental dialética ou aceitação e comprometimento, além dos programas de apoio a medicamentos em casos de pressão do grupo, enquanto enfatiza a necessidade de adaptar os protocolos de acordo com as categorias de vítimas e suas circunstâncias.
O Dr. Ghadban apontou que a construção de justiça psicológica e social para as vítimas não apenas passa por protocolos, mas também requer mudanças culturais nas sociedades árabes, onde alguns grupos ainda consideram a tortura como uma ferramenta de dissuasão legítima, à luz da fraca comunidade e controle institucional.
Ele pediu a conversão do arquivo dos prisioneiros sobreviventes em uma questão social, na qual organizações civis, autoridades competentes e indivíduos participam para reintegrar as vítimas na sociedade, restaurar sua dignidade e construir um sistema de justiça abrangente que protege o futuro da repetição do passado.
9/9/2025–|Última atualização: 21:53 (hora da meca)