Mar Spain | Ex -diretor da Agência Nacional de Proteção de Dados: “Observamos mais as telas do que nos olhos de nossos entes queridos”

Em sua última mensagem antes de deixar o Twitter (agora x) em dezembro passado, Mar Spain (Madri, 61 anos) informou a seus seguidores que ele deixou o … Agência espanhola de proteção de dados após mais de nove anos como diretor para “priorizar outros projetos vitais”. Um desses projetos é treinar como professor de ioga, uma disciplina que pratica 25 anos; Outra é direcionar a plataforma de controle Z, que reúne associações de pediatria, psiquiatria, neurologia e psicologia para alcançar um pacto estadual para a descale digital; Um terceiro é recorrer aos fundos, a organização que preside em apoio à saúde nos primeiros anos de vida; E o quarto é seu livro de publicação recente ‘Assim, ele se submetem a uma sociedade’ (editorial ROCA), que já procura sua segunda edição e na qual alerta as consequências da hiperdigitalização e propõe medidas globais, mas também outros a adotarem em casa a partir de hoje. E tanta ‘hiperatividade’ é exibida por esse diploma de direito depois de solicitar o estado (ela é funcionária da parte superior do corpo dos administradores civis) sua aposentadoria voluntária.
– O yoga pratica neste mundo superdigitalizado?
– completamente. O yoga é o oposto do que o mundo hiperdigital nos oferece, que deve prestar atenção ao algoritmo viciante que nos pega. O yoga ajuda você a entrar. A mente atual, conectada digitalmente, está pulando de uma micro -estimulação para outra com atenção externa, e o yoga é o caminho da involução.
– Dei a meus filhos um celular com a Internet quando eles completaram treze. Eu cometi um erro?
– Sim. Eu também estou errado como mãe. Todos nós somos famílias bobas que demos celulares inteligentes a nossos filhos em tenra idade.
– propõe um pacto social para que as famílias concordem em entregar smartphones a seus filhos não antes dos 16 anos. Que utopia, certo?
– Também era uma utopia quando todos fumavam em restaurantes e espaços sem fumaça foram criados. Agora você precisa criar espaços gratuitos de telas. Há evidências científicas de danos à saúde física e mental da exposição digital a tenra idade. Todos os especialistas recomendam atrasar a entrega do smartphone aos 16 anos. É mais difícil se você e eu fizer isso sozinho, mas será mais fácil se conseguirmos um pacto social e transferir pessoas que isso é igualmente prejudicial, como se dessemos álcool, tabaco ou drogas para nossos filhos. Se eu me preocupo em saber quais amigos meus filhos saem, não posso deixá -los ter um bar aberto digital com 12, 13 ou 14 anos sem saber quem eles estão se relacionando. No momento, o maior hackeamento cerebral da história da humanidade está ocorrendo com algoritmos viciantes que sequestram nossa atenção e causam sérias mudanças no comportamento de nossos filhos. E as famílias têm que dizer o suficiente.
– olhamos 142 vezes o celular ao longo do dia. A vida é o que acontece nos tempos em que não olhamos para a tela?
– Infelizmente sim, mas eu perguntaria, quantos momentos temos ao longo do dia sem telas? Existe uma relação direta entre deterioração cognitiva e estar mais de duas horas por dia conectada às telas. Eu ousaria dizer que a equação é a inversa, ou seja, as pessoas estão duas horas sem se conectar.
Menores
“Se eu me preocupo em saber quais amigos meus filhos saem, não posso deixá -los ter um bar aberto com 12, 13 ou 14 anos”
– As telas nos pegam?
– Essa é a tendência e, como estamos com o cérebro mais superestimulado, estamos muito mais cansados. E o que você está fazendo quando está cansado e entediado? Você se conecta, porque não exige atenção consciente. Eles lhe dão tudo banal e você não precisa se esforçar. É por isso que devemos programar horários e espaços sem telas, se queremos ter uma vida completa e relacionamentos reais. Observamos mais as telas do que nos olhos de nossos entes queridos e das pessoas em geral. E nós os tocamos mais. A conexão real começa quando as telas se apagam.
– Na Espanha, 35% das horas em que estamos acordados, dedicamos -os a ver telas …
– e nós ficamos aquém. Certamente somos viciados na Internet e não sabemos. Se eu não sei como sair sem meu celular, porque estou perdendo alguma coisa, se não conseguir ficar cinco horas sem estar conectado, se a primeira coisa que eu me levanto é conectar -me, olho, alerta amarelo!
– A intimidade nunca foi tão exposta que está aceitando biscoitos para vender a alma ao diabo?
– Intimidade e privacidade vão muito além dos cookies. A maior revolução tecnológica da história da humanidade está sendo produzida agora. A Internet está crescendo com inteligência artificial cem milhões de vezes mais rápida. E isso é exponencial porque se alimenta. A IA generativa pode lidar com bilhões de dados e seremos mais vulneráveis para serem muito mais expostos. A indústria de tecnologia sabe e sabe como o sistema psicológico funciona. Essas empresas contrataram especialistas em capitologia. Gostamos de gostar, gostamos de seguidores e nos deixamos tomar. Não estamos apenas perdendo a saúde física e mental, como estamos perdendo nossa liberdade.
– Você já ficou obcecado com um ‘like’?
– Nunca.
– O ambiente digital é o novo selvagem ocidental?
– Sim e não. Eu digo não porque existem regras e na Europa que a proteção mais é dada. Mas a prática é que as empresas são compensadas para pagar a multa porque os benefícios são maiores. É aqui que deve haver uma consciência social para apresentar demandas coletivas pelos danos à saúde mental da hiperconexão digital. Temos a maior epidemia de saúde mental da história e devemos agir.
– Muitos que deixaram o celular estacionados por uma semana disseram que se sentiram melhor …
– Pude passar dez dias em uma remoção de silêncio sem telas e foi uma bênção, porque permite que você se conecte mais com a natureza e com si mesmo.
Sem celular
“Passei dez dias em uma remoção de silêncio sem telas e foi uma bênção”
– A indústria da Internet nos incentiva a clicar em “para melhorar sua experiência do usuário”.
– Eu perguntaria se depois de ser fisgado a uma série após outro ou um vídeo no Tiktok melhorou sua experiência vital ou você tem uma sensação de desconforto, que perdeu tempo. Não demono as redes sociais ou a tecnologia, mas proponho uso moderado. Um copo de vinho pode estar bem, mas se eu beber a garrafa, já tenho outras sequelas. Temos que desfazer a vida digital para se reconectar com a vida real.
– A comunicação digital elimina o rosto, a aparência, o encontro físico … mas evitar usá -lo seria bobo, certo?
– Mas entre isolá -lo, seria um extremo e estar conectado, pois você se levanta até ir para a cama, há um meio termo. Eu escolho o que conectar e se isso aumentará meu poço -ser ou isso o levará embora. É a pergunta que devemos fazer.
– Os ganchos de rolagem infinita …
– Sim. E se eu me deixar ser arrastado quando quero perceber meu tempo e a vida gastou e no meu caminho, minha saúde foi. Se isso custa a você que somos adultos, como vamos pedir a uma garota de 14 anos que se auto -regulare? Antes que a capacidade de atenção fosse de dois minutos e meio em um site agora tenha 47 segundos.
Verificação de idade
– Que diretrizes você dá?
– Aqueles que dão especialistas: de zero a seis anos, deve haver zero uso de telas. De seis a doze, no máximo uma hora, incluindo ensino escolar, deveres e lazer. E a partir dos doze anos, no máximo duas horas. Um acordo foi alcançado no Conselho Escolar do Estado para proibir o acesso a telefones celulares em crianças e primário e limitá -las no secundário para questões pedagógicas. Peço que essa proibição seja expandida até o bacharelado. Armamos os espaços gratuitos das telas até os 16 anos e acomodamos o ensino digital às diretrizes que os especialistas estão dando. Você tem que ir claramente em direção a uma descida digital no sistema educacional.
– Mas então em casa eles tomam o celular …
-tanto quanto a escola, se a família der o smartphone ao seu filho de 12 ou 13 anos, não avançamos. Temos que assumir nossa própria responsabilidade. Primeiro, deve haver uma mudança pessoal, depois uma mudança familiar e uma mudança nos campos educacionais e de saúde, e o setor deve ser auto -regulado com um código de conduta e assumir os critérios de verificação de idade que demos da agência de proteção de dados para evitar o acesso de menores ao conteúdo adulto.
Pacto social e estado
«Você precisa adiar a idade de entrega da idade do smartphone e ir claramente em direção a uma descalada digital no sistema educacional
– Falando verificação da idade, não sei se ele gostou do nome do ‘Pajorto’.
– Não, eu não era muito engraçado. Mas foi demonstrado que o serviço de verificação de idade é possível, embora não tenha sido implementado. Existe um site de pornografia espanhola que o está cumprindo. Chegará um momento em que dizemos agora, mas meu Deus, como fumamos na frente de bebês ou como dirigimos sem o cinto de segurança?, Em 10 anos diremos, mas como os deixamos acessar as crianças pornôs com 10 anos? Mostramos que você pode ser tecnicamente evitado, é claro que pode! Você só precisa de vai.
– O vício na Internet leva à depressão, baixa auto -estima, gera problemas de fluidez verbal, solidão e isolamento, sono, fadiga visual, ansiedade …
– e diminuição dos cuidados, do índice de leitura, do coeficiente intelectual, do aumento de 300% das taxas de hospitalização e que o suicídio é a maior causa de morte entre os jovens. Não sei o que os governos precisam levar a sério. É por isso que precisamos de um pacto estatal, como o que era na época contra a violência de gênero, para que a lei da proteção do menor em ambientes digitais (em processo no Congresso) seja melhorada e o Lomloe seja modificado, de modo que, no sistema educacional, a descida digital é feita após os critérios dos especialistas em saúde.
– Você controla suas telas?
– Sim. Duas horas depois de levantar e duas horas antes de dormir, não me conecto para higiene física e mental.
– Você lê livros em formato digital?
– É a exceção. Adoro ler no papel, porque é outro ritual, o sofá, sua infusão, a vela, o toque do papel … é outra história.
– 375.000 menores, um em cada 10, passarão neste verão em frente ao celular sem um adulto pendente. O que fazemos?
– Faça planos com crianças sem telas, na natureza, com jogos de tabuleiro … e que estamos cientes do que as crianças e os adolescentes fazem. Nas palestras, pergunto aos pais, que daqui pensam que seus filhos estão consumindo pornografia? Nem Deus levanta sua mão. E 78% dos adolescentes na Espanha estão consumindo pornografia dura. Se eu dar a um smartphone menor com um bar aberto e deixá -lo entrar em seu quarto sozinho, é o mesmo que se você lhe der maconha, uísque e tabaco. E os pais são bastante estranhos.
– O que você diria a Elon Musk e Marc Zuckerberg?
– Não se faça com nossos filhos o que eles não fazem com os seus.