Ángel Fernández Artime, cardeal: “Uma igreja que não dialogue com o mundo seria inimaginável”

Este vendas Luanquín (1960) com sede em Roma, Ángel Fernández Artime, a quem o Papa Francisco fez do cardeal não dá à Vertigo para viver o Conclave … Isso está por vir. Mas ele sente a emoção de ser participante do evento histórico que envolve a escolha de quem assume o papa Francisco. Por mais papível que seja claro que não será escolhido. Em Astúrias, ele pegou a morte do pontífice, mas no sábado ele estará no Vaticano para se despedir, depois ocupará seu lugar na capela sistina e esperará pelo saxata branco.
– Como todo esse processo está vivendo?
– Durante a convalescença do Santo Padre, ele era muito delicado, muito sério, mas parecia que ele se recuperou e a realidade agora é que, para mim, ele foi totalmente inesperado. Eu morava nos dias de Páscoa em Roma, vi os momentos em que ele apareceu em público e sua morte tem sido um impacto. Ninguém poderia imaginar isso. Mas quão impressionante o dia da Páscoa, na Argentina, terminou na Páscoa de domingo uma hora antes, e poder dizer adeus ao povo de Deus, também foi capaz de aparecer no Plaza de San Pedro! Existem tantos elementos especiais que acho que estão muito bem associados à figura do Papa Francisco.
–Francisco transcendeu os religiosos para se tornar um ícone de paz e tolerância. Vai além do catolicismo.
– Gosto dessa abordagem que ele faz, mas o papa foi antes de tudo o pastor da Igreja Universal. Sim, acho que existe um consenso mundial hoje em relação a ele. Em seu carisma, havia tantas dimensões … há quem falou de um papa progressista, mas eu diria que, acima de tudo, estava na doutrina social da igreja do evangelho depois de ter chutado muito da pobreza vivida onde estava, incluindo as vilas miseráveis da Argentina, que eu também sabia. Sua principal missão era anunciar Jesus Cristo e, ao mesmo tempo, em nome de Deus para pedir paz, pedir misericórdia, que as guerras nunca sejam esquecidas, que os pobres nunca são esquecidos. Tudo correu de mãos dadas. Eu vivi com ele.
– Deve ser emocionante ouvir esse amor tão grande que ele acorda nos católicos e não nos católicos.
-Sim. Eu estava convencido de que ele também estava sendo um papa com muita liberdade, portanto, nem sempre aplaudiu em todas as realidades e estilos, mas muito bem -sucedido em grande parte do povo de Deus e em muitas sociedades e, como ele diz, em homens e mulheres que se sentiam humanistas, mas não católicos. Há toda uma dimensão social em que muitos homens e mulheres do bem se encontrarão e nos encontramos, e essa dimensão social no papa deveria querer servir em nome, justiça, igualdade, misericórdia de Deus. Eu acho que a justiça está sendo feita. Além de como era o Santo Padre, que teve uma marca muito pessoal, muito particular, ele viveu muito condicionado por todas as assembléias do Ibero -American. Seus ensinamentos e orientação como papa foram marcados pelo que tem sido sua vida, sua reflexão teológica e seu olhar para os pobres.
– Tudo isso, o Espírito Santo tem o bar muito alto?
– Eu te diria que sim. Mas não sei se, com minha resposta, decepciono alguns que podem me ler. Compartilharei uma convicção de que tenho: teríamos um papa Francisco sem um papa de Bento XVI que teria dito em 2013 ‘meu tempo chegou aqui’? Com isso, quero dizer, e com meu olhar humilde, que devemos estar atentos a não se fragmentar. Tivemos um João Paulo II porque Juan Pablo morri de uma maneira inesperada depois de um mês e tivemos Francisco depois de um gigante como Bento XVI, que fará justiça a história. Confesso que não escrevo quatro páginas sobre o assunto, se não pensei em ‘o que disse sobre esse benedito xvi’, porque ele realmente tem sido um homem capaz de dialogar no nível de igualdade com os melhores filósofos do mundo contemporâneo, e falo de Habermas e toda essa geração. Dito isto, volto à sua pergunta: o Espírito Santo terá que trabalhar, mas ele nos dará o papa necessário para as próximas décadas.
– Como será?
– Uma batata de tradição, mas não tradicionalista. O papa que não está ancorado em Jesus Cristo, o evangelho e a tradição apostólica e eclesial seria incompreensível. É o que ele mantém, eu não digo os pilares da terra, mas da igreja. Um papa me parece que ele deve inevitavelmente ser capaz de ler hoje deste mundo como Francisco fez e capaz de dialogar com o mundo e tender pontes. Ouvi alguma conversa sobre o perigo de um Pendulazo e outros dizem que não, que é impossível. Eu não acho que será produzido.
– Mas você também pode ser o papa.
– Não, vou participar legitimamente do conclave, como parte daqueles cento e de cento e alguns cardeais e projetei meu olhar, mas, sem dúvida, em outro, porque há pessoas de grande valor.
– É um momento histórico que viverá.
–IDE que eu nunca imaginei em minha vida.
– Bem, deve ser muito emocionante.
– Eu não vivo com vertigem, mas com emoção. Primeiro de tudo, você deve dizer adeus ao nosso papa. Imagine o que é para mim dizer adeus a quem ele considerou que eu poderia servir a igreja daqui. Sinto emoção e obrigado, mas o único que ele admitiu: ‘Agora, vir aqui e contribuir’. Eu vivo um momento único na história em que tentarei fazer minha contribuição.
–Estivemos como garantido Não há pendulazo, mas tantas portas e janelas de abertura serão mantidas?
– Em cada momento, em cada vez, em cada ciclo, há uma impressão. Eu não saberia como dizer o próximo. Quem nos diz como será o mundo, relacionamentos … é imprevisível e estou convencido de que o Santo Padre de sua própria história e tudo o que ele leva em sua mochila estará muito atento a garantir a comunhão entre os crentes, continuar com uma Igreja Unida, mas em diálogo com o mundo. Devemos assumir que o mundo vive um momento de uma complexidade especial que não notamos vinte anos atrás.
– Quais serão os desafios?
–A linha será continuar garantindo a Comunhão dentro da Igreja, na qual é possível se sentir confortável com aparência de uma direção ou outra, uma sensibilidade dos tipos A e B, mas todos fazemos parte da mesma Igreja do Senhor Jesus. É uma ótima tarefa. Tenho a convicção de que quem quer que seja o Santo Padre não possa ser insensível a esses grandes desafios, como o diálogo com o mundo o tempo todo. Uma igreja seria inimaginável que não tentaria conversar com o mundo. Francisco lançou essa música de maneira titânica.
– e o papel das mulheres?
– Na mesma linha. E digo que sirvo em um dicastery no qual o prefeito é consagrado. Trabalhamos magnificamente bem. O caminho que o papa fortalece continua e, em seguida, o mínimo será o que uma pessoa ou outra é. Vai melhorar, abrindo portas. É assim.
– Há outras questões em que Francisco também abriu seu caminho, como pedofilia e a abordagem da comunidade LGTBI. Que igreja você quer nessas áreas?
– Eu quero uma igreja que escuta, tende pontes e com misericórdia. Obviamente, qualquer abuso do tipo, e o sexual é muito sério, é inaceitável, de modo que a tolerância zero. É um caminho irreversível. Francisco colocou tanta energia que acho que foram anos de purificação para a igreja. E com relação ao movimento LGTBI, a atitude do diálogo, escuta, de encontro, que continuará porque é uma realidade já muito consolidada.