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Os bulos que queimam nas redes sociais, realidade após desinformação sobre a onda de incêndio

Terça -feira, 19 de agosto de 2025, 19:21

Uma onda de incêndios sem precedentes chicoteia o oeste da península por mais de uma semana e o incêndio se estende das montanhas às telas. Uma catástrofe natural que transcende o ambiente digital para a voracidade do fogo e a quantidade de terras afetadas, mais de 350.000 hectares já calcinados, mas também por causa do impacto que gera na sociedade. Como poderia ser de outra forma, devido à importância do fato e à sua capacidade de polarizar a esfera política, essa devastação se estende como a pólvora na forma de bulos através de redes sociais, evitando consenso científico e realidade.

Como em cada onda de desinformação, o coquetel que forma o alarme social e a polarização política no terreno de criação das redes sociais gera a fogueira perfeita para dados ou imagens que não correspondem ao real mimado pela indignação são virais. Coletamos e explicamos os búlos mais difundidos nessa onda de incêndios.

Imagens exageradas com inteligência artificial

A inteligência artificial está se tornando o grande aliado daqueles que aspirarem a exagerar a verdade ou alterá -la. Aqui temos alguns exemplos:

– Bombeiros ou voluntários em repouso: uma imagem viral circula que mostra um grupo de bombeiros esgotados no chão após tarefas de extinção. No entanto, essa imagem foi gerada com IA, apresentando inconsistências como bombeiro com dois braços esquerdos ou letras ilegíveis na jaqueta. Ferramentas de detecção, como a AI da Hive, produziram uma probabilidade de 99,2% de que o vídeo associado seja gerado pela IA. Esta imagem também foi disseminada em português anos atrás, apresentando -a como bombeiros portugueses, mas com as mesmas inconsistências:

– Paisagens afetadas pelo fogo: uma imagem de uma paisagem rochosa envolvida em chamas foi disseminada, rotulada como se fosse o fogo de Los Médulas em León. Esta foto é falsa, criada com IA e as ferramentas de identificá -la com 99% de confiança como conteúdo gerado digitalmente. Os perfis que os disseminam geralmente cortam o ícone que indica sua origem artificial.

Teorias da conspiração sobre incêndios

Eles não faltam nesta ocasião, pois toda vez que há fatos de grande importância que movem o público, a alteração das narrativas ou a disseminação de teorias de todos os tipos na origem dos incêndios ou no suposto uso deles.

– Recalificação da terra: uma teoria muito difundida por meio de redes sociais hoje em dia fala sobre incêndios para obter terras baratas e poder construir mais tarde. A conspiração mais difundida aproveita a oportunidade para carregar a energia renovável ‘explicando’ que as áreas são obtidas para instalar painéis solares ou moinhos de vento. Outra variante fala da implementação de data centers cujo suposto objetivo é deixado no ar sem especificar.

Essa idéia é baseada na bala de que a Lei de Montes permite requalificar automaticamente as áreas queimadas, apesar do fato de que, em seu artigo 50, a mudança no uso florestal de terras queimadas “por pelo menos 30 anos” é expressamente proibida e qualquer exceção por “razões imperativas de primeiro interesse pública” deve ser aprovada pela lei e com medidas compensatórias.

Os relatórios da promotoria para os grandes incêndios gerados entre 2006 e 2017 concluíram que “não há evidências de quadros criminais complexos ou organizações coordenadas”, mas uma alta intencionalidade, muitos descuido e problemas relacionados ao ambiente rural. A maioria dos incêndios de origem humana se deve a atos involuntários ou negligência, não com a intenção de causar danos.

– A teoria da agenda de 2030: Como sempre em qualquer catástrofe, as teorias da extrema direita citam a agenda 2030 como causa de muitos males da sociedade. Nesse caso, os Bulles afirmam que isso “proíbe a limpeza das montanhas”, que supostamente contribui para a virulência dos incêndios.

Isso é falso, pois a agenda de 2030 é uma estrutura internacional para objetivos de desenvolvimento sustentável e não regula práticas específicas, como a limpeza das montanhas. Além disso, a própria lei espanhola de Montes estabelece a “obrigação de limpar e gerenciar as montanhas” que as comunidades autônomas têm para evitar incêndios.

– Eucalipto como “culpado único”: esta é uma teoria repetida em cada incêndio, especialmente na Galiza e Portugal. Embora seja verdade que o eucalipto facilite o acúmulo de ninhada de folhas e emite óleos inflamáveis, especialistas dizem “não é o único fator determinante”. A “inflamabilidade de uma massa florestal depende principalmente de sua estrutura e manejo”, não apenas das espécies. Por exemplo, Ourense, uma das províncias com mais incêndios, mal tem eucalipto.

– Drones militares que causam incêndios: essa protuberância foi viralizada em Tiktok, uma rede na qual um vídeo amplamente difundido afirma ter “capturado um feixe de laser que vem de um drone queimando em fogo em León”. Esta imagem é na verdade um efeito óptico e é um vídeo antigo.

– Carros e fogo elétricos: outros temas recorrentes em termos de desinformação. Atualmente, existem teorias que também as vinculam à onda de incêndio. Vários especialistas negaram que os incêndios são mais frequentes nesse tipo de veículos, embora sua extinção seja muito mais complexa. A verdade é que não foi detectado que nenhum carro elétrico gerou os incêndios atuais nas montanhas da Espanha. Um valle específico atribuiu essa causa a um incêndio ao lado do shopping do Xanadú que também foi negado.

Exagero das consequências

A desinformação também alimenta com exageros e meias verdades. O objetivo daqueles que divulgam ‘notícias falsas’ é viralizar, alarmar e se mobilizar para seu benefício; portanto, nesse tipo de catástrofes, o que toca é compensar o aumento, para que pareçam ainda mais terríveis. Estes são alguns dos que circulam.

– Pessoas “totalmente queimadas”: os bulos na destruição total da cidade de Palacios de Jamuz, leons, também se estenderam rapidamente. Várias mensagens nas redes sociais alegaram que as pessoas haviam sido “completamente arrasadas pelo fogo”. No entanto, apenas seis casas abandonadas foram destruídas nos arredores e os vizinhos conseguiram retornar às suas casas algumas horas depois, conforme explicado por um repórter de El Norte de Castilla deslocado na área.

– Mapas climáticos manipulados: desenhos de supostos mapas de mídia que são descontextualizados ou manipulados diretamente para desacreditar o impacto das mudanças climáticas e negar a emergência climática também circula. Assim, alguns relatos da rede social X compararam imagens de mapas sobre diferentes conceitos, como avisos de calor versus temperaturas máximas, mapas topográficos com mapas de temperaturas. As comparações também foram detectadas entre diferentes anos para tentar sugerir que as autoridades as manipularam. Nesse sentido, um tweet sobre um caso da Alemanha se destaca com uma mudança nos gráficos de um programa de televisão em 2020 que é incompreendido como manipulação.

Informação errada sobre a disponibilidade de recursos

O debate político ‘político também encontrou combustível abundante nessa grande quantidade de incêndios, concentrando -se especialmente nos recursos e significa que as administrações públicas colocadas a serviço de prevenção e extinção. O mesmo governo enfatizou as últimas horas nos detalhes dos recursos que foram ativados sob o lema #Stopbulos, pois, como em outras crises, os Bulos abundam como uma estratégia política.

– Orçamentos na Extremadura: circulam as mensagens que comparam o investimento descontextualizado em touradas com proteção contra incêndio em Extremadura, sugerindo uma prioridade incorreta. A realidade é que o orçamento para prevenção e extinção de incêndios do governo extremadura é significativamente maior (dezenas de milhões de euros) do que os números parciais e fora de contexto que foram viralizados.

A magnitude desses incêndios, como aconteceu sem ir mais longe com a crise de Dana em Valência, continuará a gerar controvérsias com base em dados e testemunhos reais às vezes, e em outros em desinformação pura que buscam capitalizar o descontentamento e o infortúnio. Nada de novo nas redes sociais que continuam a servir como palestrante que procuram alarmar ou votar. Como sempre, é essencial levar em consideração as fontes de qualquer conteúdo duvidoso ou alarmante que venha até nós, suspeita de exageros e confiar em informações com base em critérios científicos para entender e abordar essa catástrofe séria.



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