Prêmio de Princesa de Astúrias da Pesquisa Científica para Mary-Claire King, a mulher que revolucionou a genética

Tem um currículo que sobrecarrega o profissional e que excita nos puramente humanos. E há uma descoberta que marcou um antes … e depois e ajudou milhares de mulheres em todo o mundo. Mary-Claire King, o novo Prêmio Princess de Astúrias da Pesquisa Científica e Técnica, insistiu em encontrar o câncer de mama e os ovários atingirem as famílias com força e, ao encontrar um gene da explicação. Essa é apenas uma das grandes realizações científicas desse geneticista nascido em 1946 nos Estados Unidos. E é porque ele deu um roteiro à sua vida logo após outro grande marco, demonstrando que os seres humanos e chimpacés são idênticos em 99%.
A verdade é que essa mulher nascida perto de Chicago, que já era uma matemática brilhante se formou em Minnesota, viveu comprometida com a ciência e os direitos humanos. A partir da mídia americana, ele levou para a Califórnia e lá começou seu interesse pela genética e lá estava o doutorado nessa especialidade e também lá para estudar as semelhanças moleculares entre humanos e chimpanzés para concluir a proximidade que na época convulsionava o universo científico. Em Berkeley se apaixonou pela genética e lá ele leu sua tese de doutorado em 1972. Dois anos depois, ele mudou de rumo.
Em 1974, ele começou a trabalhar com Nicholas Petrakis (1922-2015), professor da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia, em São Francisco, sobre câncer de mama. “O problema era descobrir por que algumas famílias pareciam tão severamente afetadas pelo câncer de mama”, explicou o vencedor da princesa de pesquisa em uma entrevista, na qual ele revelou que não podia mais parar até encontrar respostas. O plano era identificar os genes responsáveis pela predisposição hereditária ao câncer de mama e ovário e encontrar os fatores não -genéticos que modificaram os efeitos desses genes. Não foi fácil. Houve muitos anos de trabalho, até que em 1990 Mary-Claire King conseguiu demonstrar que um único gene localizado no cromossomo 17, conhecido como BRCA1 (câncer de mama 1, câncer de mama 1) poderia sofrer várias mutações envolvidas em alguns tipos de câncer, especialmente mama e ovário. Todo mundo tem o gene BRCA1, mas apenas quando sofre mutações está envolvido na geração de câncer.
Essa descoberta mudou muitas coisas, além do câncer de mama. Até então, apenas algumas doenças estavam ligadas à herança, até então a genética não era considerada uma ferramenta útil para entender doenças como o câncer. Havia um antes e depois do gene BRCA1. Para ela, é devido a essa mudança de paradigma. Ela revolucionou o estudo da genética humana. Até a própria metodologia para identificar esse gene, que seria seguido por outro, o BRCA2, foi um grande avanço.
Ele teve que lidar com o ceticismo na época, mas com o tempo outros males, como a doença de Parkinson, a esquizofrenia, o autismo se beneficiaram do caminho que ela abriu e que, no plano de concreto de tumores da mama, obviamente marcou um ponto de virada. Mulheres com suspeitas podem realizar testes para identificar esses genes e sofrer cirurgias se estivarem apropriado para impedir que a doença apareça.
Foi na Califórnia que ele acendeu essa grande descoberta e lá permaneceu até 1995, quando ela foi contratada como professora de pesquisa na American Cancer Society na Universidade de Washington, onde continua a se exercitar.
O Prêmio de Pesquisa Científica e Técnica é obtida, mas essa imensa mulher que ergueu em um grande defensor dos direitos humanos, também da ciência, também pode aspirar aos outros. Foi em 1984 quando, pela primeira vez, ele aplicou seu conhecimento genético para colaborar com as avós do Plaza de Mayo na Argentina para identificar crianças desaparecidas durante a ditadura que durou de 1976 a 1983. Suas mães foram mortas e bebês, vítimas de falsas adoções. A genética permitiu provar quem estava indo para as avós e permitiu a reunião de famílias biológicas. Ele foi além e até trabalhou no estudo de restos exumados para promover causas criminais contra seus assassinos.
O compromisso com os direitos humanos mudou para outras geografias. No Chile, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Ruanda, Balcãs e Filipinas trabalharam o geneticista para a identificação das pessoas.
Com tudo isso dito, não é preciso dizer que essa mulher tesou um bom número de prêmios. Obama recebeu a Medalha Nacional da Ciência em 2016 em seu país. Este outono irá para o Campoamor para coletar das mãos de Leonor a princesa das Astúrias.