A Rússia mantém a taxa-chave a duas décadas, apesar dos medos de desaceleração

O Banco Central da Rússia manteve os custos de empréstimos em uma alta de duas décadas de 21 % na sexta-feira para combater a inflação desenfreada, apesar dos bancos e empresas alertando a economia para uma desaceleração.
Os preços estão aumentando rapidamente em toda a economia russa há meses, impulsionados por grandes gastos do governo no conflito da Ucrânia e na profunda escassez de mão -de -obra.
Enquanto isso, as taxas de empréstimos para dar água nos olhos atingem as empresas, com alguns dos principais líderes corporativos do país pressionando o banco central para relaxar as taxas.
Em comunicado anunciando a decisão da taxa, o Banco Central da Rússia reconheceu que a atividade de empréstimos foi “subjugada”, mas essa inflação, que ultrapassava 10 %, ainda era muito alta.
A taxa-alvo de inflação da Rússia é de quatro por cento, mas não se espera que os aumentos de preços atinjam esse nível até 2026 e podem média entre 7-8 % em 2025.
“O Banco da Rússia manterá as condições monetárias tão rígidas quanto necessário para retornar a inflação à meta em 2026”, afirmou o banco.
Em uma videochamada com o governador do banco Elvira Nabiullina e as autoridades do gabinete na quinta -feira, o presidente Vladimir Putin reconheceu que a inflação era muito alta e que o crescimento econômico da Rússia em 2025 seria “um pouco menor”.
Mas ele disse que isso fazia parte de uma “aterrissagem suave” que a Rússia estava realmente “lutando”.
Os economistas alertaram por meses de desaceleração na atividade econômica da Rússia, com a queda dos preços do petróleo, altas taxas de juros e uma desaceleração na fabricação, contribuindo para os ventos contrários.
O credor russo Raiffeisenbank disse em uma nota de pesquisa em março que a confiança no setor manufatureiro “diminuiu significativamente nos últimos dois meses”, e que a produção na indústria de petróleo também diminuiu.
A Rússia relatou um forte crescimento econômico para 2024, em grande parte devido a grandes gastos com defesa estadual, que devem saltar quase 30 % novamente em 2025.
Mas os economistas alertaram que o crescimento impulsionado pela indústria de defesa é insustentável e não reflete um aumento real da produtividade.
Os aumentos da taxa de juros também podem não ser uma ferramenta eficaz para reduzir a inflação, pois tantos gastos estão sendo direcionados pelo Estado, o que é menos responsivo aos custos de empréstimos mais altos, de acordo com analistas.
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