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Ai chatbot ajuda as vítimas de violência sexual digital na América Latina

Duas mulheres do México e do Equador que passaram anos lutando para serem reconhecidas como vítimas de violência sexual on -line inspiraram um chatbot de inteligência artificial que ajuda outras pessoas a enfrentar abuso.

Olimpia, desenvolvida no México, fornece aconselhamento jurídico e apoio emocional através da plataforma de mensagens do WhatsApp usando várias dezenas de idiomas.

Nasceu das experiências há mais de uma década de Olimpia Coral e Isabella Nuques, ambos agora com 30 anos, antes de se conheceram.

Um vídeo íntimo de coral foi compartilhado sem seu consentimento em 2013 e, quando ela tentou denunciar às autoridades mexicanas, eles a informaram que havia pouco que pudessem fazer para ajudar.

“Eles nos disseram que nada poderia ser feito sobre essa violência porque era virtual, e o virtual não era real”, disse ela durante a primeira cúpula latino -americana de defensores das mulheres digitais, realizada recentemente no México.

No mesmo ano, no Equador, fotos explícitas de Nuques foram publicadas nas mídias sociais.

Ela se sentiu não apenas impotente, mas também violou novamente quando o policial que relatou que mostrou um interesse sexual nas fotos, disse o especialista em comunicações à AFP durante o mesmo evento.

– Avanços legais –

As duas mulheres começaram a lutar pelo abuso sexual digital para serem reconhecidas como um crime em seus países, ambos com sucesso.

Em 2018, uma reforma foi aprovada para punir a violência digital no estado natal de Coral, Puebla, no centro do México.

Uma lei nomeada após ela entrou em vigor em 2021 em todo o México – onde cerca de 10 mulheres são assassinadas todos os dias em média – colocando os infratores em risco de até seis anos de prisão.

Nesse mesmo ano, Nuques comemorou a aprovação da Assembléia Nacional do Equador de uma lei de violência digital que prevê sentenças de até 16 anos de prisão.

Argentina, Chile e Panamá adotaram legislação semelhante à do México, enquanto meia dúzia de países latino -americanos estão se movendo na mesma direção.

Segundo as Nações Unidas, 38 % das mulheres em todo o mundo sofreram violência digital, embora o número real possa ser maior.

Em 2013, Coral fundou um grupo de ativistas que começaram a fornecer conselhos às vítimas.

Mais tarde, a empresa de tecnologia Aurachat.ai se interessou por seu projeto e, em setembro passado, lançaram Olimpia, aumentando sua capacidade de 100 para mais de 1.300 consultas por mês.

Desde então, a plataforma lidou com mais de 8.000 casos, a maioria deles no México, mas também na Espanha, Colômbia, Honduras, Equador, Panamá, Guatemala e Peru, adaptando os conselhos a cada país, disse Fernanda Medellin, co-fundador do Chatbot.

A iniciativa Ley Olimpia AI foi reconhecida como um dos 50 projetos mais inovadores na Cúpula de Ação de Inteligência Artificial em Paris em fevereiro.

– foco especializado –

Ao contrário de outros chatbots da IA, como o ChatGPT, que coletam informações sobre inúmeros tópicos, Olimpia se concentra na questão da violência sexual digital.

Psicólogos, advogados e outros especialistas colaboraram por meses para treiná -lo com contribuições específicas e um idioma que imita uma voz humana gentil.

“Alguns modelos (usados ​​por olimpia) atuam como advogados, outros como defensores digitais ou como psicólogos. Outros atuam como filtros de segurança que detectam riscos para a vítima ou como radares emocionais que analisam texto e áudio para entender seu estado emocional”, disse Enrique Partida, co-fundador e CEO da Aurachat.ai.

Um psicólogo ajudou o chatbot a oferecer maneiras de lidar com crises de ansiedade ou ataques de pânico – sintomas comuns entre as vítimas.

Embora a maioria de seus usuários seja mulher, também pode ser usada por homens.

Projetos semelhantes foram desenvolvidos em países como a África do Sul, onde o Chatbot Zuzi fornece apoio em casos de abuso físico ou sexual com características, incluindo um botão de emergência e armazenamento de evidências.

Os desenvolvedores da Olimpia desejam que a próxima versão seja acessível, mesmo sem uma conexão com a Internet, para que seja acessível através de chamadas telefônicas em regiões remotas.

Também há planos para integrar linguagem de sinais e idiomas indígenas no futuro, disse Edith Contla, diretor de estratégia da Aurachat.ai.

Espera -se também que a plataforma sirva como um link para usuários com policiais e outros funcionários, reduzindo o risco de serem abusados ​​novamente.

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