ONU avisa a fome em ‘hotspots de fome’

A fome extrema se intensificará em 13 pontos de acesso globais nos próximos meses, com cinco estados enfrentando o risco imediato de fome, de acordo com um relatório das Nações Unidas.
O relatório, Hunger Hotspots, divulgado na segunda-feira pela ONU Organização de Alimentos e Agricultura (FAO) e Programa Mundial de Alimentos (PMA), culpou conflitos, choques econômicos e riscos relacionados ao clima para a ameaça de fome no Sudão, Palestina, Sudão do Sul, Haiti e Mali.
O relatório, que prevê crises alimentares nos próximos cinco meses, exige investimento e ajuda a garantir a entrega da ajuda, que, segundo ele, estava sendo prejudicada por insegurança e financiamento de lacunas.
As pessoas que vivem nos cinco países de pior sucesso enfrentam “extrema fome e risco de fome e morte nos próximos meses, a menos que haja ação humanitária urgente”, alertaram as agências da ONU.
“Este relatório deixa muito claro: a fome hoje não é uma ameaça distante-é uma emergência diária para milhões”, disse o diretor-geral da FAO, Quongyu. “Devemos agir agora e agir juntos, para salvar vidas e salvaguardar os meios de subsistência.”
“Este relatório é um alerta vermelho. Sabemos onde está subindo a fome e sabemos quem está em risco”, disse Cindy McCain, diretora executiva do WFP. “Sem financiamento e acesso, não podemos salvar vidas.”
Para que a fome seja declarada, pelo menos 20 % da população em uma área deve estar sofrendo escassez extrema de alimentos, com 30 % das crianças desnutridas agudamente e duas pessoas em cada 10.000 morrendo diariamente por fome ou desnutrição e doença.
Em Sudãoonde A fome foi confirmada em 2024É provável que a crise persista devido a conflitos e deslocamentos, com quase 25 milhões de pessoas em risco.
Sudão do Sulatingido por inundações e instabilidade política, pode ter até 7,7 milhões de pessoas em crise, com 63.000 em condições de fome, segundo o relatório.
Na Palestina, as operações militares contínuas de Israel e o bloqueio de Gaza deixaram toda a população de 2,1 milhões de pessoas que enfrentam escassez aguda de alimentos, com quase meio milhão em risco de fome Até o final de setembro, segundo o relatório.
Em HaitiA crescente violência de gangues deslocou milhares, com 8.400 já enfrentando fome catastrófica. Em MaliOs preços de conflito e grãos altos colocaram 2.600 pessoas em risco de fome até o final de agosto.
O Iêmen, a República Democrática do Congo, Mianmar e Nigéria também são sinalizados como pontos de acesso de grande preocupação. Outros pontos de acesso incluem Burkina Faso, Chade, Somália e Síria.
“Intervenções preventivas salvam vidas, reduzem as lacunas de alimentos e protegem ativos e meios de subsistência”, enfatiza o relatório.
Ao contrário do agravamento das condições nos 13 estados identificados, a Etiópia, Quênia, Líbano, Lesoto, Malawi, Moçambique, Namíbia, Níger, Zâmbia e Zimbábue foram removidos da lista.