BRICS: Lula encontra Modi para aumentar os laços da Ásia em meio a tensões da era Trump | Internacional

Um dos muitos efeitos colaterais do Guerra tarifária travada por Donald Trump Contra o resto do mundo é que ele aumentou o interesse de todos os países em buscar parceiros comerciais, mesmo nos cantos mais remotos. A prova disso são as visitas oficiais ao Brasil pelos líderes da Índia – o país mais populoso do mundo – e a Indonésia, um importante mercado do Sudeste Asiático, com os líderes aproveitando o fato de que já haviam viajado no meio do mundo para participar da Cúpula do BRICS.
“Não aceitamos nenhuma reclamação contra a reunião do BRICS”, disse Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva Durante sua aparição, ao lado do primeiro -ministro indiano Narendra Modi nesta terça -feira em Brasília.
Lula estava se referindo às ameaças feitas por Trump contra aqueles que se aproximavam do bloco sul global. “Discordamos do presidente dos Estados Unidos quando ontem (segunda -feira) ele deu a entender que imporia tarifas aos países que negociam (acordos comerciais) com o BRICS”, disse o líder brasileiro.
Trump fez sua presença sentida na reunião dos líderes do bloco no Rio, ameaçando – via mídia social – para impor uma tarifa adicional de 10% aos países que se alinham com BRICSUm grupo de 11 nações que inclui China, Índia, Rússia e Brasil, além de uma dúzia de países associados. Lula nunca conheceu ou falou com Trump.
“Dois países superlativos como a Índia e o Brasil não podem permanecer distantes”, disse Lula, embora a população do país asiático seja sete vezes maior que o da nação sul -americana. A relação bilateral tem um enorme potencial de crescimento. Só é preciso olhar para a escassez de troca comercial entre a Índia e o Brasil – apenas US $ 12 bilhões em 2024 – apesar do fato de terem mantido relações diplomáticas há 80 anos. Fortalecer a cooperação e os laços comerciais é um dos objetivos mais alcançáveis do BRICS.
Nenhum primeiro -ministro indiano visitou oficialmente o Brasil em quase seis décadas, anotações The Times of Indiaque também destacou os 114 cavalos que participaram da cerimônia de boas -vindas.
Lula e Modi, que foram recebidos na residência oficial do presidente brasileiro, assinaram um acordo de cooperação sobre transformação digital. O Brasil tem um forte interesse na infraestrutura digital pública da Índia, que, como Lula disse, “é baseado em dados, código e modelos abertos, em contraste com a dinâmica monopolista de empresas privadas”. O governo brasileiro anunciou há vários meses que está trabalhando na criação de sua própria nuvem para armazenar dados públicos e serviços digitais, independentemente das grandes empresas de tecnologia.
O primeiro -ministro indiano e o presidente brasileiro também assinaram acordos em áreas estratégicas como defesa, contraterrorismo e transição energética, onde pretendem se tornar modelos de sustentabilidade. Lula está usando cúpulas – tanto em casa quanto no exterior – para recrutar aliados antes da conferência climática da ONU (COP), que será realizada em novembro em Belém, na Amazônia brasileira.
A Lula’s é apenas um dos muitos governos em todo o mundo, agora expandindo seus horizontes a toda velocidade, dado o quão volátil o relacionamento comercial com os Estados Unidos se tornou. O Brasil está demonstrando grande interesse em assinar o acordo da UE-Mercosur o mais rápido possível, o que criaria a maior área de livre comércio do mundo. Lula está determinado para que isso aconteça antes do final de 2025. Como parte de sua estratégia para ampliar os laços na Ásia, Lula receberá o presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, nesta quinta -feira.
Um dos fatores que contribuiu para a ausência do líder chinês Xi Jinping desta cúpula do BRICS é a visita de estado de Modi – sua grande e histórica rival regional. Alguns meses atrás, Xi encerrou sua viagem ao G20 com uma visita a Brasília.
O foco crescente do Brasil em toda a Ásia – não apenas a China – é evidente. Desde que retornou ao poder, Lula visitou a China duas vezes – uma visita estatal e uma vez para uma cúpula da CELAC – participou do G20 na Índia e, três meses atrás, viajou para o Japão e Vietnã. “A ASEAN (dez países do sudeste asiático) compra mais do Brasil do que a Europa”, disse o ministro das Finanças Brasileiro, Fernando Haddad, em entrevista a El País durante a Cúpula do BRICS.
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